O Jeet Kune Do


Antes de iniciarmos nosso estudo, devemos ter em mente o real conceito sobre o Jeet Kune Do. Ao contrário das outras Artes Marciais, o Jeet Kune Do não pode ser chamado de "estilo". Definí-lo como estilo é perder totalmente o seu objetivo. Na verdade, devemos considerá-lo como uma "ferramenta", ou seja: Jeet Kune Do transcende qualquer conceito de estilo já criado até os dias atuais. Suas técnicas têm o intuito de fazer o praticante desenvolver seu potencial marcial ao máximo, pois ele não irá simplesmente decorar e repetir as técnicas, mas aprenderá a adaptá-las ao seu corpo e à sua habilidade. Também aprenderá a questionar a eficiência e o porquê de cada técnica ser executada de tal maneira. Finalmente terá conhecimento nas áreas de anatomia e física, utilizadas nas Artes Marciais, tais como pontos de pressão, alavanca efetiva, ação e reação, inércia, etc.
Jeet Kune Do é um método pessoal, onde o praticante adapta o estilo ao seu corpo e não o corpo ao estilo. No primeiro caso, o aluno aprende mais rapidamente que no segundo, pois não há a necessidade de treinamentos inúteis, de técnicas que jamais serão utilizadas pelo aluno em uma luta real, pois nunca farão parte de seu instinto natural.
Na maioria dos estilos tradicionais, todos os alunos são obrigados a fazer as mesmas técnicas, independente de seu tamanho, peso ou condição física. Isso faz com que alguns tenham mais dificuldades em adaptar-se ao estilo. Se um professor obriga a um aluno a executar um chute alto, porque a técnica sempre foi executada daquela maneira, os que têm menos flexibilidade demorarão a aprender e a executar perfeitamente a técnica, pois o corpo demorará bastante tempo a adaptar-se a movimentos e a posições às quais não está habituado.
Já no caso de adaptar o estilo ao corpo, a situação se inverte, e o aluno aprende mais facilmente. No caso do exemplo citado anteriormente, por que chutar alto, já que um chute baixo é tão eficiente quanto? Em Jeet Kune Do deve-se questionar o porquê das técnicas... Um aluno pode praticar um chute baixo, enquanto o outro, mais flexível, praticará um chute alto, porém os dois estarão praticando um chute, de igual eficiência, e nenhum deles deixará de aprender novas técnicas porque ficou "preso", aprendendo uma técnica que talvez demorasse um mês ou mais para chegar a uma razoável eficiência e precisão.